Um conversa inesperada

Um dia como outro qualquer senti um caláfrio e ao olhar para lado, vejo uma figura com um capus preto, com um tipo de cajado, ela olha para mim e diz com uma simplicidade surpreendente: Oi, vamos conversar?

Tá! Eu to doido, é a primeira coisa que vem a minha cabeça, mas não estava, aquela figura senta do meu lado e passar a conversar, como se já fossemos antigos conhecidos, bem depois de um tempo percebi que erámos sim, antigos conhecidos.

Por que tanto espanto? perguntou a figura, sabes que um dia me veria, cedo ou mais tarde, não sou um mostro como dizem, somente trago mudanças, claro, mudanças não bem vistas.

Mas por que você veio hoje me ver? Será que é agora?

Não! falou bem enfatica, vim para conversar, para mostrar que não sou um monstro e sim algo que todos vão passar em todas as vidas, até depois da vida.

Então porque vir a mim? perguntei, nunca me achei especial, na verdade acho que sou bem comum, até mediocre em relação aos próximos.

Porque vi que você não tem medo de mim, somente receio do nada. Mas te digo, o nada não existe, eu somente sou aquela que te mostra um novo olhar, uma nova vida, no qual o segredo não existe, onde todos tem que mostrar o que são.

Claro que não são todos que aceitam a minha visita, então para alguns eu posso simplemente ser o pior pesadelo, e a realidade depois de me ver não é a melhor possível, falou ela com um ar de quem se importa.

Eu como aquela criança tenho medo de perguntar, fiquei olhando para ela com um ar de curiosidade, até que ela olhou para mim, como aquela professora compreensiva que vai explicando calmamente ao aluno.

Você está se perguntando se já tivemos essa conversa? Sim tivemos, sempre temos, a cada suspiro que você dar em uma nova vida. Eu sempre estou presente, sempre conversamos sobre as mesmas coisas, pois quando se encontra aqui você esquece, e como os outros acaba por um tempo me vendo como inimiga, mas sou totalmente o contrário.

Então você é minha amiga? Sim aquela que aparece, quando você já cumpriu tudo e venho te pegar para levar para casa, sem medo, sem alarde, somente com carinho e amor.

Mas como assim amor? Se você vem me levar embora, me afastar de tudo que amo?

Você não se separa deles, você somente fica do lado que eles não podem mais ter sua presença fisica, mas você sempre estará perto deles, e esperando o dia que eu vá visitá-los também.

Não sou um monstro, sou aquela que tira o véu, aquela que acalma a luta, mas se você não aguenta e não espera a minha visita, por conta das provas que você mesmo coloca em seu caminho, ai não posso fazer nada para ajudar, pois ainda com tanta energia para viver, interromper é fazer com que o sofrimento triplique, e você vai sentir falta das batalhas da terra.

Eu pensei, pensei e não esperei mais e perguntei. Quando é que vou para o outro lado?

Ela soltou um suspiro e um Ahh! meio que lamentando, meu amigo ainda terás que aprender, ensinar e passar por seus obstáculos por aqui, vou demorar para te visitar novamente. E como se me desse um conselho disse: Então, enquanto isso não se desespere, pois tudo passa, tristeza, dor, angustia, a alegria também passa, mas ela é mais constante se você assim permitir.

Então com um sorriso no rosto disse a ela: Minha amiga, não se preocupe, viverei e aprenderei, e quando novamente você vier aqui, irei com você de braços aberto, a abraçar uma velha amiga.

Obrigado! Ela soltou, então vou indo, tranquila sabendo que você apredeu o que falei, e falo sempre.

Mas como lhe chamam? Perguntei mesmo sabendo quem ela era.

E ela sorriu e me disse: Todos me chamam de sofrimento, tristeza, mas comumente sou chamada de MORTE.

Olhei para ela e sorri dizendo: Prefiro chamar-te de amiga.

E assim ela saiu indo para o seu caminho eterno e eu aqui fiquei vivendo, até o momento que ela viria me visitar novamente.