Meu Cariri - PARTE I

A paisagem Semi - Árida do Estado do Ceará, tem como símbolo o solo quebradiço, visto em vários momentos de secas, porém no meio do “seco do Sertão” encontra-se um oásis, um ponto de resistência da Floresta Atlântica no meio do semi- árido nordestino. O que se observa é que enquanto suas vizinhas como a região do Centro Sul e Sertão dos Inhamuns passam por período de estiagem que trazem não somente prejuízo econômico, mas também o prejuízo humano, o Cariri, que fica localizado ao sul do Estado, sua extensão é de 4.115.828 km, e apesar de passar pela mesma estiagem das outras regiões do Ceará, não perece em tantos desalentos quanto os seus vizinhos. Mas essa história começou a milhões de anos, quando a paisagem era bem diferente do que é hoje.

A região do Cariri está inserida no complexo sedimentar do Araripe, a bacia sedimentar possui uma extensão de aproximadamente 230km de leste a oeste e 70 km o norte ao sul. A Bacia do Araripe está localizada em cima de um embasamento cristalino com a composição de rochas ígneas e metamórficas, entre estas se encontra cerca de aproximadamente 800m de sedimentos do período devonianos e jurássicos empilhados, porém separado por “ lacunas”, essas são chamadas de “hiatos” na sequência sedimentar. No período cretáceo a bacia do Araripe foi preenchida com 700m de sedimentos.

A formação da bacia está estritamente ligada ao período entre o Jurássico Superior e ao Cretáceo Inferior, quando os continentes Sul Americano e Africano estavam se separando lentamente, devido ao surgimento do assoalho marinho, que formou a parte norte do Oceano Atlântico Sul. Assim extinguiu-se a última “ponte natural” da Terra, não permitindo mais que acontecesse a migração de plantas e animais, que ocorria através do sistema lacustre afro-brasileiro.

A região do Cariri possuí grandes depósitos de fossilíferos, bem como de rochas calcarias bem laminadas, a fauna e a flora foram bem preservadas e são abundantes, principalmente do Cretáceo Inferior ( Alpatiano- Albiano), esses fósseis representam a mistura de espécies do velho continente Gondwana, que fora formado pelos atuais América do Sul, África, Antarctica, índia e Austrália.