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Destaque

O Brasil do Preconceito

  • Tylly Silva
  • 28 de fev. de 2019
  • 4 min de leitura


O Brasil foi invadido pelos portugueses a 519 anos atrás. Desconstruindo a história oficial, sim o Brasil não foi descoberto, ele foi invadido, já é de conhecimento geral que Portugal sabia que existia terra por esses lados, ele só queria ganhar a terra da Espanha, sua inimiga histórica. Mas, isso não é o que interessa, o ponto a ser referido aqui é, a história que o Brasil, país mais miscigenado do mundo (isso ainda é controverso), tem igualdade, fraternidade e liberdade em maior quantidade do que o resto do planeta.


Sim o maior país da américa latina é miscigenado, têm índios (sinceramente deviam devolver essas terras para eles, o “homem branco” só está fazendo bobagem por aqui), negros (parem com a história de mulatos, moreno claro, cor de jambo, isso não existe), brancos (entram todos os caucásios europeus) e amarelos (asiáticos, principalmente japoneses). Apesar dessa mistura toda, o Brasil é um dos países mais racistas do mundo, e o pior é que o racismo aqui ocorre pela tonalidade da cor, quanto mais escuro, maior é a possibilidade de sofrer preconceito relevante a cor.


Contudo é bom salientar que o Brasil não é só um país que não “gosta” de negro, ele também não gosta de pobre (um dos países mais desiguais do planeta), qualquer um que faça parte da comunidade LGBT, nordestinos, mulheres (principalmente as que são “feministas”), pessoas que possuem qualquer tipo de deficiência, seja ela intelectual ou física, de religiões que não seja a aceita pelos cidadãos de bem, etc. No Brasil você é considerado um cidadão de bem o branco, cis e religioso (principalmente hoje em dia evangélico), os que não se encontram em uma dessas “categorias” são considerados anomias.

O QUE É UMA ANOMIA? Para Durkheim a sociedade é como um relógio ou melhor um corpo humano, cada um tem seu papel dentro da sociedade, quem não se encaixa nesse papel é considerado uma anomia, algo fora da normalidade. No caso do Brasil de 2019, quem não se encaixa nos moldes do que é o “cidadão de bem” descrito mais acima no texto é uma anomia.


O que vem explicitar o que já foi dito, o Brasil é um dos países mais preconceituosos do mundo. A Constituição Federal é bem auto explicativa quando ela fala dos direitos civis e sociais, contudo, não se coloca em prática o que ela mesmo relata, devido ao ponto que está enraizado dentro do senso comum que negro, pobre, gay, mulher, etc., são seres inferiores a burguesia branca, rica, e que nem sempre é estudada, por que não se pode confundir alguém que sabe ler e escrever como alguém com senso crítico e esse segundo no Brasil está em falta há um bom tempo. A propaganda realizada sobre o paraíso da igualdade no mundo em muitos anos, foi desfeita em menos de um, quando o Brasil (não sua maioria, deixar isso bem claro) colocou no poder o exemplo perfeito do cidadão de bem, aquele que é preconceituoso, que trabalha para os ricos (classe média, não é rica e nunca será, está mais perto da pobreza do que ela mesmo imagina), e que acha que liberdade é libertinagem, sem contar que não tem senso crítico, cria mentiras para que aqueles que pensam como ele vejam como verdade absoluta, e sim é alfabetizado mas não inteligente.


O Brasil tem se mostrado que leis servem para essas pessoas, pois, ao se verem representadas no mais alto comando do país, acham que essas leis não são para elas, e o índice de mortes das minorias só tem aumentados nos últimos meses, no terceiro mês do ano chegando, o índice de mortes de gays (lembrando o Brasil é o país que mais mata LGBT no mundo), mulheres e indígenas já são maiores que o ano de 2018, sendo que muitas dessas mortes não são investigadas ou solucionadas, o que pode-se concluir que a quantidade deve ser maior do que é relatada pelas autoridades.


Muitas pessoas devem dizer: “Cadê os direitos humanos, que só defende vagabundo?”, primeiro os direitos humanos não é um órgão, não é uma entidade, não são pessoas. Os DH são artigos, que defendem a liberdade e o direito de todos os grupos humanos que estão no planeta Terra. Feito logo depois da Segunda Grande Guerra em 1948 e assinado por todos os países e pasmem, um dos primeiros a reconhece-lo foi o Brasil, os DH é um caminho para que atrocidades como os cometidos por Hitler não se repitam.


Mas o Brasil é o país que mais mata defensores humanos no mundo, ser defensor é um risco enorme, num país que não respeita seus cidadãos, que tende a discriminar aqueles que são sua maioria (em quantidade) mais sua minoria quando se fala de direitos colocados em prática. Enquanto não mudar essa situação, não se der educação de qualidade, não acabar com a desigualdade social (ou pelo menos diminuí-la) as coisas não vão mudar, e podem colocar mil defensores, leis que sejam perfeitas, que o Brasil vai continuar nos piores índices mundiais.


Para finalizar tenha-se em mente que educação sem crítica não é educação, que não adianta dizer que não é racista se os próprios negros não se sentem como tal, se o machismo patriarcal ainda impera em suas ruas, quando as pessoas não tem direitos de amar quem elas quiserem e as classes que são iguais não se reconheçam como tal, o Brasil continuará subdesenvolvido, sendo piada mundial e visto como um país de futebol, samba e mulheres nuas.


 
 
 

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