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Destaque

O Yaoi/BL me salvou.

  • Tylly
  • 7 de set. de 2019
  • 3 min de leitura

Antes de postar a segunda parte da história dos mangás no Japão, resolvi escrever por que estou postando sobre animes e mangás com casais homo afetivos como protagonistas. Acho que já falei que sou fujoshi a muitos anos, porém, só tive acesso mesmo as histórias quando tive condição financeira de ter internet em casa.


Mas o motivo maior de querer falar sobre a relação dos animes e mangás Boy loves, ou, Yaoi é por que alguns desses animes salvaram a minha vida. Quando se vive com depressão, seu inimigo é você mesmo, e tem períodos que esse monstro interno te engole de uma forma que você não tem como sair. E um anime (depois descobri o mangá do mesmo) foi o responsável por um começo de uma saída para mim, ver a história me deu motivação, ver o amor entre os personagens me fez voltar a sorrir, mas, Yuri on Ice que para muitos não é Yaoi, mas, desculpas os iludidos, é Yaoi sim e pronto, foi realmente o responsável, me vi no Yuuri, na sua ansiedade, em não acreditar em si mesmo, foi a minha redenção.


Isso aconteceu em 2016, hoje três anos depois, esse monstro interno tenta me engolir novamente, sinto-me sufocada nesse país, me sinto inferior, cansada, com medo, me perguntando algumas coisas e duvidando de outras, será que sou capaz? Sempre em minha mente surgem esses pensamentos, porém, mais uma vez o Yaoi está sendo uma luz, Yuuri e Victor estão sempre comigo, assisto sempre que posso, mesmo que seja um episódio isolado, ouço as músicas e vejo as fics, porém, outros surgiram e acompanho quando posso, e sempre que termino o episódio melhor.


E acabo pensando que não sou a única que se sente assim ao assistir um anime Yaoi, ou ler um mangá, o amor entre dois homens é amor, não é crime e muitas vezes é mais puro e tem uma cumplicidade maior que relacionamentos héteros, isso quer dizer que não têm problemas? Claro que tem, todo relacionamento tem altos e baixos, porém, o que eu digo é que quando vejo um anime Yaoi e as relações me sinto liberta, então me coloco no lugar desses personagens, e das pessoas que são homo afetivas, vejo como deve ser duro ter que viver com pessoas dizendo que você é uma aberração, que não deve viver, ou que para ser feliz tem que deixar quem você realmente é para trás.


No meu caso é muito difícil ouvir as pessoas dizendo que não tenho depressão por que não fico chorando pelos cantos, que preciso de uma lavagem de roupa, ou, se comportam como se não fosse nada e nem percebem que certos comentários mesmo que você ache que é pequeno, possa se transformar em um redemoinho na minha cabeça. Mas, meu refúgio, minha lucidez veio e sempre vem ao ler e ver esses meninos.


Então decidi fazer meu projeto de monografia sobre a relação das mulheres com yaois, e a liberdade da sexualidade e o preconceito, o por que escrever sobre isso? Por que numa sociedade homofóbica, machista e patriarcal a luta vem através muitas vezes da pesquisa, do estudo e da visibilidade, então enquanto tiver mãos para escrever, irei sim escrever que mulher pode saber, falar e ler sobre sexo, que dois homens se beijando não é crime, é amor.


E a minha depressão? Ela vai tá aqui, como disse lá em cima, é meu monstro pessoal, mas, tenho aliados e sem que nunca vou me perder de mim, e todo dia acordarei e lutarei com ela, mas, com Yuuri, Viktor, Takano, Onodera, Akihito, Asami, e tantos outros sei que ela nunca vai me domar, nunca vai se apoderar de mim totalmente.


 
 
 

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