A glória Olímpica é mais que medalhas
- tyllys
- 2 de ago. de 2021
- 2 min de leitura

O que é a glória olímpica? Para os gregos antigos era um momento de comparar os mortais aos deuses, quando conflitos eram cessados e as grandes cidades-estados enviavam seus melhores guerreiros para decidir qual deles se aproximavam dos grandes deuses do Olimpo. Hoje esses guerreiros vestem-se de uniformes de inúmeras nações, mas no fim o intuito continua o mesmo. Ser considerado o melhor entre os melhores, já que está dentro de uma olimpíada não é para qualquer um, ganhar uma medalha mais ainda nem 10% dos atletas que vão para jogos saem com medalhas, estar lá já é uma vitória.
Em Tokyo está se vendo que esses guerreiros também são humanos, com medos e falhas e algo que a algum tempo não se falava dentro do meio esportivo está sendo escancarado para os “homens comuns”, a saúde mental daqueles que dedicam tanto a um simples momento que em muitos casos não dura dez minutos, o quanto a mente desse atleta é afetado, o que ele passou? Então quando uma das melhores atletas de todos os tempos, Simone Biles, da ginastica artística desistir de competir nos aparelhos que tinha conseguido ir para final, ficando somente nas barras e da competição por equipe, por que sua mente não acompanha seu corpo naquele momento, ela é criticada por aqueles que não entendem que atletas são humanos e não deuses.
A saúde mental ainda é algo que a sociedade costuma a jogar para debaixo do tapete. Normalmente se diz: “vai lavar roupa, que isso é falta do que fazer”, ou, “você não tem motivo para estar assim”. Mas já se pensou da pressão que esses atletas sofrem, em muitos casos na maioria deles não é uma cobrança externa, já que os esportes olímpicos só possuem visibilidade de quatro em quatro anos, nesse caso cinco por conta da pandemia. A pandemia, outro problema que veio acarretar atletas, trenando sozinhos, dentro de casa da maneira que podiam, com uma incerteza se esses jogos iriam acontecer. Então não é todo mundo que pode manter a saúde mental em ordem quando tem tanto por passar, tanto por se cobrar.
Esses jogos mostram que o atleta vai além do físico, ele vai do mental, segundo o taoísmo: “corpo são, mente sã”, quer dizer que o corpo e mente são interligados se um deles tem problemas o outro também terá, mas a mente ela é quem comanda tudo, se ela não tiver em um “em um bom estado”, o corpo não responde. O atleta precisa dos dois em harmonia para que o atleta possa competir de igual para com os outros. Os deuses tem características dos humanos, assim como os meros humanos tem características dos deuses, mas continuam humanos.
Ignorar a saúde mental como algo sério é negar que essas pessoas são humanas, é deixar de aplaudir por conseguirem ter chegado lá é negar assim sua luta, sua história, sua memória. A maior vitória para eles é ter chegado em Tokyo, é estar competindo é poder olhar para dentro de si e dizer: “eu venci”. Pois, muitos lutaram como eles e não conseguiram nem chegar lá. Termino com um pensamento do Musashi Miyamoto: “A vitória de hoje é sobre seu eu de ontem a de amanhã será sobre um homem inferior.”
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