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Dinastia Shang : Parte 2

  • Foto do escritor: tyllys
    tyllys
  • 14 de fev. de 2021
  • 3 min de leitura


Depois de falarmos sobre como a dinastia Shang se tornou a primeira encontrar comprovação cientifica de sua existência, vamos adentrar agora na sua construção como reino.


Como anteriormente aconteceu com a dinastia Xia, na Shang a capital do império mudava constantemente, não tendo uma posição fixa no início. A mais importante destas foi Zhengzhou, ela foi a capital no período inicial até o período intermediário da dinastia. A cidade era cercada por uma muralha com cerca de 6,4 km de comprimento e 10 metros de altura. Tanto os edifícios dentro da cidade quanto a muralha eram feitos por uma técnica que usava terra calcada. Outra capital conhecida foi de Anyang, que já falamos anteriormente dela.


Quando da descoberta de Zhengzhou, os pesquisadores puderam constatar que a sociedade no período Shang era organizada e governada de forma rígida e socialmente estratificada. Os governantes da dinastia Shang não exerciam somente o papel cerimonial como também um papel administrativo, tendo ao seu redor funcionários com especializações bem definidas. Os governantes eram apoiados pelos clãs, seja através de alianças obtidas a partir das relações de parentesco ou através do matrimônio.


Os aristocratas desse período se dedicavam ao militarismo, principalmente o treinamento com carruagens puxadas por cavalos. Como quem tinha o poder militar maior eram os clãs, os imperadores Shang sempre formalizavam a aliança com estes através de cerimônias. Assim, quando necessitava de auxílio militar para alguma campanha contra inimigos pediam ajuda aos clãs aliados. A partir das alianças obtidas, a dinastia Shang expandiu seu território, invadindo terras vizinhas, saqueando e obtendo prisioneiros, acabando por assim anexando os territórios conquistados ao seu já vasto domínio.


A base econômica do território Shang era a agricultura, principalmente do painço (um tipo de milho pequeno, sendo alimento tanto de humanos quanto de outras espécies de animais). O painço ainda hoje é consumido em algumas regiões africanas. Com a região era vasta em áreas florestais, necessitava-se de uma grande mão – de – obra para manter a agricultura. Alguns historiadores marxistas, dizem que a base econômica da dinastia foi a escravidão. Mas ao ler parece mais uma relação servil tipo a que ocorria na idade média na Europa, já que os mesmos tinham liberdade de ir e vir, porém estavam ligados aos clãs e ao império. Usados também para as grandes construções que necessitavam de uma grande mão de obra, lembrando que essa relação não se baseava num acordo em comum, ela acontecia de forma coercitiva, já que os mesmos eram obrigados a ir mesmo contra sua vontade. No ano 1200 a.C foi introduzido na China o cultivo da soja.


Quando durante escavações foram encontrados objetos desta dinastia percebeu-se que a China teve um desenvolvimento tecnológico independente, não precisou de outras nações para avançar, passando para idade do bronze muito rapidamente. Pois a quantidade de materiais recuperados de bronze mostrou que a China no período Shang já possuía grandes indústrias desse material.


Em relação a religião os Shang eram politeístas, adoravam vários deuses, alguns destes eram descendentes da realeza. Outros já eram espíritos ligados a natureza. Eles realizavam os cultos dos ancestrais, pratica que permanece até hoje na cultura chinesa. Estudos recentes mostram que a palavra Di que aparece nos escritos sobre a religião, significa Deuses e não um “Deus” como antes era se pensado. Outros indícios descobertos através das escavações nos túmulos, revelam que os Shang acreditavam na vida após a morte.


Por fim através das inúmeras descobertas, hoje os estudiosos acham que a sociedade antiga chinesa era complexa e que muito há de se descobrir ainda. Até a próxima com a dinastia Zhou e os Estados combatentes. Espero que estejam apreciando a série sobre a China tanto quanto eu estou gostando de escrevê-la.


Fonte: COUTO, Sérgio Pereira. A extraordinária história da China. São Paulo, Companhia das Letras, 2008.

ROBERTS, John A.G. History of China, Palgrave Macmilan, 1999.

 
 
 

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