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Destaque

O cyberbullying tem que ser combatido e as vítimas merecem justiça.

  • Foto do escritor: tyllys
    tyllys
  • 12 de mar. de 2022
  • 6 min de leitura


Nas duas ultimas semanas há uma discussão dentro do NPC na China sobre o cyberbullying e seu impacto na sociedade. Por que essa discussão se tornou tão relevante ao ponto de chegar aos congressistas chineses? Para entender a importância de além se discutir, aplicar leis que punam de forma severa quem comente o crime de cyberbullying, precisa-se entender como o assunto chegou a tal ponto.


A internet se tornou popular no mundo na década de 1990, porém, em muitos países se tornou acessível ao público em geral na primeira década de 2000. E com ela as redes sociais, que serviam para que as pessoas tivessem mais interações, se conhecesse, forma-se vínculos. O crescente das redes também fez surgir um tipo de mundo paralelo, onde indivíduos se veem como “Deuses” mostram sua verdadeira face, já que não necessariamente mostram seus rostos e nomes reais. Ou seja, para essas pessoas o meio virtual é um mundo sem lei.

Com isso passou a ocorrer algo que desde sempre acontece no ambiente real, porém muitas vezes de forma velada, quase desfaçada como comportamento de crianças e adolescentes em fase de descobertas, ou, na forma de "brincadeiras" de mal gosto de adultos. Mas o que tem se verificado em todos os níveis de idade e em todos ambientes, é não somente o aumento dos casos, mas também a gravidade deles. A discussão sobre o bullying passou a ser mais debatida a partir de suicídios de crianças e adolescente que eram perseguidos na escola. Quando se coloca esse bullying para o meio virtual, os casos passam a ser muito mais agressivos, já que do outro lado não estão em sua maioria adolescentes e sim adultos que tiram a “máscara” que tem que usar no meio social real e passa a perseguir quem ele não considera “digno” ou que simplesmente não goste.


Chama-se esse tipo de perseguição de cyberbullying, como no início os países não possuíam legislação especifica para internet, a punição para casos de perseguição online, não eram levados adiante devido ao fato de não saber em qual lei aplica-lo. Na segunda década de 2000 alguns países passaram a adicionar incisos dentro de legislação penal que poderiam ser aplicados dentro do meio virtual, porém, como as redes sociais não exigiam que as pessoas ao se escrever colocasse seus dados reais, a dificuldade de identificar os culpados, tornava quase impossível a aplicação da lei. Alguns países como o Brasil passaram a exigir que as redes sociais exigissem o uso do nome real no ato de inscrição do usuário, um dos casos mais graves e emblemáticos no Brasil foi da Professora da Universidade Federal do Ceará e blogueira feminista Lola, que passou por uma perseguição online implacável, mas não ficou parada e foi atrás de seus direitos, os "machos escrotos" foram condenados. Assim tornou-se mais fácil o combate ao cyberbullying, não que tenha diminuído os casos, mas facilitou a aplicação da punição e a justiça para as vítimas. Redes sociais como Facebook e Twitter criaram opções de denúncias e aprimoraram a diretrizes das plataformas como uma forma de tentar diminuir casos de ataques virtuais.


Mas em países onde a legislação no seu inicio deixou para as próprias plataformas se auto- regulamentar, o que se observa é além do aumento dos ataques pessoais de forma individual, a criação de um mercado de contas “falsas” de marketing utilizadas para criar rumores falsos, e o chamado “exercito de água” contas falsas que replicam as noticias dessas contas de marketing, dando opinões que possam inflamar mais ainda o enredo criado, causando a impresão para os transeuntes na rede que o que está escrito é real, fazendo que a pessoa afetada seja julgada sem condição de se defender, essas contas de maketing de blogueiros falsas passaram a ser chamado na China de contas ynx. Em uma investigação no final de 2021 pela polícia chinesa, encontrou em um escritório pequeno, seis pessoas que controlavam cerca de dez mil contas no Weibo, principal rede social chinesa.


Esse tipo de conta é usado principalmente por agencias de atores, idols que queiram utilizar pra alavancar seus agenciados, ou, prejudicar concorrentes. Porém, com o tempo eles passaram a ser utilizada também por empresas maiores, pessoas individuais para atingir outros. dois casos graves ocorreram em 2021 na China, um com o ator Zhang ZheHan que em 13 de agosto de 2021 passou por uma campanha de difamação jamais vista na rede social chinesa, 800 contas ynx espalharam rumores falsos, mais de 30 boatos foram criados, como também mudaram sua biografia no Baidu, ligando sua família a extrema direita japonesa, no dia 15 de março, o ator teve todos os seus direitos retirados pela CAPA uma associação civil.


Em 24 de novembro provas do crime começou a surgir quando o diretor e jornalista investigativo Li Xuezheng passou a questionar a colocação de Zhang em uma lista de banimento do mundo do entretenimento chinês. Assim uma por uma todos os rumores foram refutados. O que aconteceu é que pela China não ter uma legislação especifica sobre cyberllying e ficar a cargo das vitimas a achar as provas, dificultou o início do processo civil, quando no dia 24 de dezembro de 2021, o caso de Zhang Zhe Han foi aceito pela polícia de Pequim estando atualmente em investigação.


O caso do ator possui uma particularidade preocupante, por que foi formulado por pessoas do meio artístico chinês em conjunto com uma associação civil que pretendia controlar todo o setor do entredimento chinês, e pelo que se tem descoberto apoiado por mídias tipos Weibo, bilibili, etc., monopólios que colocam suas leis e de seus aliados para decidir a vida de terceiros. Muitos foram silenciados ao questionar a CAPA em relação ao caso do ZZH, entre eles estão advogados e juízes. O que mostra que precisa- se diminuir o poder desses monopólios sobre as redes sociais, pois, eles se utilizam de mídias para repassar seus interesses e rumores que beneficie a eles e seus associados.


Outro caso que ocorreu foi de um menino de 15 anos que ao procurar os pais biológicos, começou a ser atacado na rede social, pois contas ynx começaram a espalhar artigos falsos, o menino depois de cinco dias de ataques constantes no Weibo, se suicidou. Depois do ocorrido um debate na rede sobre o uso de contas de marketing “negras” que espalham mentiras e sobre a manipulação da opinião pública. O mais importante nesse caso e do Zhang ZheHan quantas pessoas são realmente reais no caso de “opinião pública”? Por que internautas descobriram que nos dois casos 98% das respostas e reportagem de artigos eram de contas falsas, que replicavam a mesma resposta.


Então a suprema corte da China começou a falar abertamente que casos cyberbullying devem ser aceitos pelos tribunais civis com urgência, já que a vitima acaba por não ter proteção rápida, resultando por ter “morte social” . Lembrando que desde 2014 a China tem enfatizado o Estado de Direito, ou seja, todos merecem ter justiça, sendo está pessoa de qual status social for. Assim a discussão entrou na reunião do NPC e em dois dias está sendo relarado por diversos politicos que sim, não só o tribunal civil deve aceitar os casos com urgência, como as redes socais tem que criar mecanismo que facilite a identificação dos criminosos e esses devem sofrer condenações sérias. A justiça a vitima deve prevalecer.


Casos graves foram levados para o NPC para serem mostrado, espera-se que assim as vitimas tenham as respostas e justiça que elas merecem. No caso se enfatiza o caso de Zhang ZheHan por ele não ser enquadrado pelos órgãos oficiais como uma “artista imoral”, não ter nenhum processo contra ele, porém, sofreu uma condenação virtual e do meio artístico liderado pela CAPA. Como todo cidadão que possui direitos, ZZH merece que seu caso seja solucionado o mais rápido possível, pois, hoje é ele que passa por isso amanhã pode ser qualquer um que não seja do meio artístico. O meio virtual não é um local sem lei, e os perpetradores de perseguição precisam saber que as mascaras caem e que eles receberam punição por atacarem inocentes ao bel prazer. A internet não é um mundo paralelo, sem lei e isso tem que ser deixado claro para usuários e para as próprias redes sociais. A justiça para vitima é o mais importante e a punição a todos que compactuam com o cyberbullying, isso incluindo as redes socais deve ser severa.

 
 
 

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