Uma breve explanação sobre a Mulher na China
- tyllys
- 10 de mar. de 2021
- 3 min de leitura

Vamos parar um pouco de falar sobre as dinastias e vamos falar sobre a posição da mulher nesse período na China. Como está sendo explanado nos escritos anteriores, a China foi formada por inúmeros reinos antes de ser unificado em nação na dinastia Qin. Cada clã tinha seu pensamento em relação a situação da mulher.
Alguns clãs que seguiam o taoismo como religião principal colocavam as mulheres com direitos iguais aos homens. Pois o taoismo preza pelo equilíbrio entre o ying (homem) yang (mulher), para que a harmonia pudesse ser conseguida. O taoismo é uma religião que surgiu no Leste asiático e se espalhou pela China. Segundo Schafer (1979) o taoismo pode ser dividido entre o taoismo filosófico que se baseia nos ensinamentos de Dao De Jin e Zhuangzi e no religioso que se oriundo do “movimento celestiais” durante o final da Dinastia Han. Durante muito tempo o taoismo foi considerada a religião do Estado, quando os imperadores que ascendiam ao poder professavam a religião.
No que concerne a mulher, ela teria uma liberdade de expressar-se mais abertamente, isso incluía a sua sexualidade, tanto que as mulheres podiam se masturbar e os homens não, pois a energia ying das mulheres eram infinitas enquanto os homens tinham energia limitada. E a atividade sexual era estimulada, para harmonização do Ying e Yang.
Porém com a entrada dos pensamentos de Confúcio, difundidos por Meng Zi e Xun Zi, discípulos de Confúcio, a religião começou a se expandir. Durante a Dinastia Han houve uma expansão do confucionismo, pois dos séculos III a.C ao Séc. III d.C, a religião se tornou oficial do Estado. O confucionismo é patriarcal, ao mesmo tempo que diz que os homens são de natureza diferentes, ele coloca a mulher submissa ao homem. Aquela que tem como função procriar e cuidar dos filhos, tem que ter obediência ao pai, marido e aos filhos homens quando se torna viúva.
Lembrando que nem todos os clãs e regiões professavam o confucionismo, esse mesmo sendo em muitos casos religião do império não atingiu o tamanho que o taoismo tomou como proporção de religião no território chinês. Assim em muitos clãs as mulheres ainda tinham a liberdade que lhe foram retirados dentro do confucionismo.
Um exemplo é a imperatriz Cixi que governou a China em meados do século XIX, ela provinha de um clã da etnia manchu da região da Manchúria, onde as mulheres tinham liberdade de decidir por si mesmas. Ela foi como concubina do imperador Xianfeng em 1850, se tornando a preferida desde então foi sua conselheira durante o período do reinado e quando este morreu, assumiu o trono como rainha enquanto seu filho era novo, porém continuou no trono até sua morte.
Quando seu reinado terminou, Cixi foi retratada como cruel e violenta. Mas pesquisas realizadas no final do século XX estão conseguindo desfazer essa imagem e mostram que a China obteve um crescimento enorme em seu poder. Além do mais durante seu reinado as mulheres adquiriram direitos e ocuparam espaços que lhes foram negados pela sociedade dirigida por pensamentos confucionistas patriarcais. Alguns que ocupavam altos cargos neste período eram mulheres.
Quando morreu, os homens que a sucederam decidiram deixa-la a parte da história chinesa e tudo que foi referente a ela foi reescrito, até que sua história e a verdadeira face dela fossem redescobertos. A mulher chinesa durante o período que se estende do fim do império a democracia e por ultimo a revolução de 1949, tem seu papel na sociedade colocada de acordo com os dizeres de Confúcio.
Apesar de pertencerem ao exército e universidades, ainda eram vistas como inferiores e as responsáveis pela procriação, elas são as que mais sofreram com a política do filho único na China moderna, já que ser mulher não trazia vantagens para as famílias. Muitas meninas eram abandonadas e/ ou acabavam por morrer já que era mais vantajoso ter filhos homens. No final da década de 1970 a situação das mulheres teve uma mudança significativa, entraram de vez no caminho da liberdade, principalmente no campo trabalhista, mesmo assim a mulher sofre com a cobrança que a mesma case e tenha filho, mas o patriarcado está intrínseco na sociedade seja ela ocidental, ou oriental, o que faz com que a mulher esteja sempre a procura de igualdade de gênero.
Na China moderna isso não é diferente. A mulher hoje luta para poder ser vista igual ao homem, como mesmas oportunidades e direitos.
FONTE:
KINSSIGER, Hary. Sobre a China. São Paulo. Objetiva. 2011
SCHAFER, E. H. Biblioteca de história universal Life: China antiga. Tradução de Maria de Lourdes Campos Campello. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora. 1979.
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